Discurso em que o ex-presidente reconhece minuta do golpe será usado pelos investigadores da Polícia Federal
Durante ato na Avenida Paulista, realizado no domingo (25), Bolsonaro sustentou que não caberia acusação por tentativa de golpe de Estado, pois para ter ocorrido uma tentativa de ruptura democrática, ele teria de ter enviado a minuta do decreto golpista para o Parlamento. Antes disso, teria de ter ouvido dois conselhos consultivos, conforme determina o rito do estado de sítio ou estado de defesa. Tiro no pé. O ex-presidente revelou envolvimento com a minuta golpista.
Silêncio atesta culpa – Na semana passada em depoimento à PF, Bolsonaro ficou calado sobre interrogatório que tratou entre outros questionamentos, o de um decreto de estado de sítio ou estado de defesa que visava impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o que sempre negou ter conhecimento. No entanto, em cima de carro de som, o político inelegível afirmou que não caberia acusação por tentativa de golpe (referindo-se à minuta), uma vez que para ter ocorrido o ato, seria preciso o aval do Parlamento.
“Golpe é tanque na rua, arma, conspiração. Nada disso foi feito. Golpe usando a Constituição? Tenham a santa paciência!
Os investigadores da Polícia Federal (PF), que apuram a participação de Jair Bolsonaro (PL) em um plano de golpe de Estado, consideram que o ex-presidente admitiu o crime ao fazer sua autodefesa. Para a PF, as falas de Bolsonaro foi a confirmação de que ele tinha conhecimento do documento que ficou conhecido como “minuta do golpe”. Bolsonaro já afirmou repetidas vezes que não sabia da existência dos papéis encontrados pela primeira vez na casa do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres em janeiro de 2023. Contudo, várias provas e evidências veem mostrando exatamente o contrário.
Os ataques aos Ministros do STF e demais opositores do ex-presidente foi terceirizado ao seu apoiador, Silas Malafaia. O “terrivelmente evangélico”, repudiou o presidente Lula, atacou o ministro Alexandre de Moraes, e o Supremo.
Resta aguardar os novos desdobramentos das investigações, que entre outros pontos, vai investigar o financiamento do ato do dia 25.
Com informações: Infomoney
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