Conteúdo das cartas escritas por Gustavo Bebianno é de interesse público, uma vez que trata dos bastidores das eleições de 2018.
O ex-secretário-geral da Presidência Gustavo Bebianno trabalhava num livro sobre os bastidores da campanha presidencial de 2018. A informação foi revelada pelo presidente estadual do PSDB/RJ e suplente do senador Flávio Bolsonaro (ex-PSL), Paulo Marinho. Bebianno foi coordenador da campanha que elegeu o presidente Jair Bolsonaro, contudo, foi expulso do governo em fevereiro de 2019 após conflito com membros do Palácio do Planalto, incluindo os filhos do presidente.
Carta na manga – Bebianno deixou duas cartas para serem abertas em caso de assassinato, segundo o deputado Julian Lemos (PSL-PB) e o general Maynard Santa Rosa, oficial militar que foi secretário de Assuntos Estratégicos do governo Bolsonaro. O general não conhece o conteúdo das mensagens, mas confirma que o ex-ministro detinha informações comprometedoras
“Quando Bebianno se viu rejeitado, ficou traumatizado, tivemos que fazer muita força para ele não sair explodindo”, lembra o general. “Conseguimos contê-lo visando o futuro do governo, porque prejudicaria o Brasil se ele saísse atirando. Ele concordou, era um cara do bem”.
Traição – para o deputado Lemos, Bebianno foi “assassinado” no Planalto pelas leviandades, injustiças e pelos ataques a sua reputação. “Não tinha porra de filho, éramos só eu e ele. Era um cara muito correto. Vi ele chorando de emoção nos braços de Jair, que no fim abandonou o cara”, lembra. O general Santa Rosa diz que também testemunhou a decepção de Bebianno. “Ele se dava muito bem com a imprensa e por conta disso Carlos Bolsonaro achava que vazava informações”, explica. “Era, na verdade, uma pessoa de bom relacionamento, que sabia se expressar, nada a ver com vazamento.
Foi mal interpretado porque tem alguns imaturos no âmbito do palácio que não entendem, acham que tem que discriminar o outro lado”. O oficial lembra que um dos últimos embates entre Bebianno e Carlos foi por causa da ideia de criar uma “Abin paralela” para investigar os adversários. “Carlos queria colocar um sistema de inteligência no Planalto, mas Gustavo não concordou. Além disso, o pessoal militar não concordou”, disse.
Fonte: Uol Notícias
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